As aves surgiram no Período Jurássico da Era Mesozóica. Segundo alguns autores o fóssil mais antigo já encontrado seria o do Archaeopteryx, que teria vivido onde hoje é a Alemanha. Este fóssil apresenta características intermediárias com os répteis. Entretanto para outros paleontólogos o espécime mais antigo seria o Aurornis xui, da família Anchiornithidae, que teria vivido há 160 milhões de anos atrás na china.
A Classe das Aves possui cerca de 30 Ordens segundo consenso da maior parte da comunidade científica, englobando cerca de 10 mil espécies em todo o mundo.
Didaticamente podemos dividir a Classe das Aves em dois grupos, as AVES RATITAS, geralmente pernaltas, de grande porte, osso esterno sem quilha, não plenamente adaptadas ao vôo, e as AVES CARINATAS, a maioria de pequeno porte, osso esterno com quilha, plenamente adaptadas ao voo.
As aves são animais, leves, o esqueleto composto por ossos pneumáticos ligados a sacos aéreos contendo ar. O corpo é aerodinâmico, os membros anteriores transformados em asas, na maioria o osso esterno possui uma carena ou quilha, que permite o desenvolvimento de uma musculatura peitoral mais forte, para suportar o movimento das asas.
As penas auxiliam na dinâmica do voo, relacionada à propulsão e direcionamento. As aves não possuem dentes e nem bexiga urinária o que diminui sobremaneira o peso do animal. Além disso, os sacos aréreos conectados aos pulmões e aos ossos ajudam no controle da temperatura corporal durante o esforço do voo diminuindo a densidade relativa facilitando esta atividade das aves.
A PELE das aves é fina, revestida de penas, praticamente sem glândulas, com excessão para a glândula UROPIGEAL localizada próximo à cloaca onde uma susbstância oleosa é produzida e utilizada para impermeabilização das penas.
Muitas espécies de aves possuem nos membros inferiores escamas semelhantes às dos corpos dos répteis, e também garras queratinizadas.
Além de servir às atividades de propulsão (Rêmiges presentes nas asas) e direcionamento (Rectrizes presentes na cauda) do vôo, as penas apresentam as funções de isolamento térmico (Tectrizes, penas mais finas presentes no corpo), camuflagem, e a atividade da côrte durante os rituais de acasalamento, se constituindo em um parãmetro de dimorfismo sexual.
O ESQUELETO, como já foi dito, possui ossos, porosos, leves, muitos ligados a sacos aéreos que promovem a circulação do ar, diminuindo a densidade do corpo, favorecendo o voo. A quilha anexa ao osso esterno, sustenta importantes e possantes músculos peitorais denominados GRANDE PEITORAL abaixo e PEQUENO PEITORAL acima que se ligam ao osso ÚMERO das asas através de tendões, proporcionando o movimento das mesmas.
O SISTEMA DIGESTÓRIO das aves é completo. Os hábitos alimentares são variadíssimos, podendo ser carnívoras, herbívoras ou onívoras. O bico apresenta-se conforme as necessidades associadas aos hábitos alimentares de cada espécie, podendo ser do tipo, cortador, sugador, triturador. O esôfago das aves é dilatado, formando o PAPO, um sáculo armazenador de alimento. O estômago é provido de dois compartimentos, o PROVENTRÍCULO com atividade química associado à processos enzimáticos da digestão, e a MOELA com funçoes mecânicas de trituração através de movimentos característicos, às vezes com o auxílio de pequenas pedrinhas engolidas pelas aves. O intestino delgado se liga a um intestino grosso curto conectado à cloaca. As aves possuem pâncreas e figado.
A RESPIRAÇÃO das aves é pulmonar. O ar entra pelas narinas constituídas por duas aberturas localizadas na parte superior do bico, de onde segue para a faringe, a laringe e em seguida para a traquéia. Abaixo da traquéia se localiza a SIRINGE, um órgão fonador que permite a vocalização de sons. Anexos à siringe existem dois brônquios primários. Cada brônquio primário se ramifica em quatro brônquios secundários dos quais se originam inúmeros parabrônquios, canalículos que levam o ar até aos infundíbulos localizados no interior dos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas. Os sacos aéreos relacionados à regulação térmica e à diminuição da densidade relativa da ave facilitando o voo, estão conectados aos brônquios e parabrônquios.
A CIRCULAÇÃO das aves é fechada, dupla e completa com o coração provido de dois átrios e dois ventrículos completamente separados, não permitindo a mistura do sangue arterial com o sangue venoso que seguem caminhos diferentes. As aves são vertebrados homeotérmicos.
A EXCREÇÃO é realizada através de rins metanefros que eliminam ácido úrico como principal excreta nitrogenada e também sais de urato. Algumas espécies como as gaivotas possuem uma glândula de sal na região da cabeça, que realiza a excreção dos excessos de sais do sangue pelas narinas.
Nas Aves a CLOACA serve como terminação dos intestinos e dos rins e também como ligação ao sistema reprodutor.
As aves são dióicas, a maioria apresentando destacado dimorfismo sexual, com fecundação interna, desenvolvimento direto e são ovíparas, isto é põem ovos que são incubados fora do corpo de onde eclodem os filhotes.
A cloaca dos machos é provida de um órgão de cópula, de onde os espermatozóides são espelidos no interior da cloaca da fêmea. O óvulo fecundado é énvolto com com secreções de carbonato de cácio, formando uma casca que reveste o âmnio, uma pelícila interna ao ovo que forma o saco amníótico onde o embrião se desenvolve.
O SISTEMA NERVOSO das aves é constituído pelo encéfalo composto de cérebro, bulbo e cerebelo. O cérebro possui um par de lobos olfatório e um par de lobos ópticos. O cerebelo está relacionado ao equilíbrio é á navegação durante o vôo. Os sentidos do paladar e do olfato são pouco desenvolvidos. A medula espinhal é conectada ao encéfalo e é protegica pela coluna vertebral que se estente ao longo da região dorsal.
As aves possuem muitas vezes sofisticados rituais de acasalamento. Muitas espécies podem ser monogâmicas, outras não. Também o cuidado parental com os filhotes pode ser compartilhado em alguns casos. Os filhotes das aves podem ser NIDÍCOLOS ou seja permanecem mais tempo no ninho após a eclosão dos ovos ou NIDÍFUGOS, isto é, os filhotes abandonam o ninho logo após o nascimento.
As aves modernas são consideradas descendentes diretas dos DINOSSAUROS AVIANOS. A evidência científica, baseada em estudos de fósseis e análises genéticas, demonstra de forma robusta que as aves evoluíram de um grupo de dinossauros terópodes, que incluíam os famosos predadores bípedes, o Tyrannosaurus rex e o Velociraptor.
Além da relação filogenética direta, que as incluiram cientificamente no Clado Theropoda, as aves compartilham, características anatômicas e comportamentos ancestrais entre outras particularidades inerentes aos dinossauros.
Durante o período Jurássico e Cretáceo, alguns desses dinossauros desenvolveram características como penas, ossos ocos e adaptações para voo. Ao longo do tempo em sua jornada evolutiva essas características foram se aprimorando, e os dinossauros avianos deram origem às aves modernas que conhecemos hoje.
Imagem da capa – Papagaio – Foto de Rodrigo Menezes – Pexels.com – Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/papagaio-amarelo-vibrante-se-alimentando-em-meio-a-natureza-exuberante-31803520/