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sábado, 27 abril 2024

Os serviços ambientais prestados na economia da natureza pelos diversos agentes polinizadores são de grande importância não só para a preservação e perpetuação das espécies vegetais, como também dos humanos e dos outros animais.

A evolução das flores em angiospermas ocorreu paralelamente com seus polinizadores. A CO EVOLUÇÂO estabeleceu diretrizes de especialização floral que se adaptaram de modo a permitir que cada visita de seu polinizador ou grupo de polinizadores fosse cada vez mais eficaz do ponto de vista reprodutivo.

Isso ocasionou a seleção de grupos ou tipos de organismos que visitam as flores de variadas espécies.

Muitas angiospermas são polinizadas principalmente por besouros, outras por moscas, atraídos por fortes odores florais que imitam as frutas maduras já apodrecendo ou carniça e ainda estrume.

As fores polinizadas por borboletas e mariposas diurnas são semelhantes àquelas polinizadas por abelhas, porém apresentam “plataformas” de pouso em sua estrutura, por exemplo as margaridas.

As mariposas noturnas polinizam geralmente fores brancas ou de cores esmaecidas, que exalam um perfume doce e penetrante emitido somente após o por do sol.

Já as flores visitadas por morcegos e aves apresentam copioso néctar. As aves preferem flores que são geralmente vermelhas e amarelas e inodoras, ou seja sem cheiro forte, pois o sentido do olfato nas aves é pouco desenvolvido, porém têm boa percepção de cores.

Porém os morcegos preferem aquelas de coloração pouco vistosa e que só abrem à noite, geralmente que pendem de longos pedicelos sob a folhagem o que facilita o acesso destes animais.

Entretanto, o grupo mais importante de polinizadores são as abelhas, que se diversificaram junto com as flores ao longo dos últimos 80 milhões de anos.

As flores visitadas por abelhas possuem muito polem, néctar e apresentam coloração geralmente em matizes de azul e amarelo, com padrões distintivos, como as guias de néctar que as ajudam a identificar a posição do mesmo.

As abelhas são importantes agentes polinizadores, na verdade os mais eficientes, sendo responsáveis pela reprodução e perpetuação de milhares de espécies de plantas em todo o mundo.

No mundo existem mais de 20.000 espécies, e no Brasil ocorrem cerca de 3.000 espécies de abelhas.

Segundo a FAO, 85% das plantas com flores dependem do trabalho dos polinizadores para se reproduzirem.

Também 70% de todas as culturas agrícolas dependem dos SERVIÇOS AMBIENTAIS prestados pelos diversos organismos que visitam as flores para se alimentarem e que terminam por realizar a fecundação das plantas, através do transporte do pólen.

No Brasil, apenas cerca de 400 espécies de abelhas estão catalogadas. A grande maioria são abelhas nativas, sem ferrão, as MELIPONÍNEAS.

As espécies com ferrão são as Apis Melífera, produto do cruzamento entre abelhas nativas e aquelas trazidas da Europa e da África.

As abelhas em todas as suas fases, tanto larvas como pupas e adultos alimentam-se exclusivamente de recursos florais.

Para preservar as abelhas e outros polinizadores, uma dica muito importante é o uso de boas práticas de cultivo, evitando o uso de pesticidas.

Com o surgimento da agricultura intensiva e de técnicas que usam defensivos químicos nas lavouras, cada vez mais alimentos são produzidos para uma população humana sempre crescente.

Mas a utilização de pesticidas pode ser um enorme tiro no pé. O mesmo veneno que mata as pragas que atingem as plantações pode matar também as abelhas e outros insetos, além de pássaros e morcegos que atuam nos processos de polinização de plantas com flores. E também podem contaminar a nós humanos e a outros animais com severos prejuízos à saúde.

Os polinizadores estão correndo risco de extinção, não só por causa utilização de agrotóxicos mas também por causa da fragmentação dos habitats devido ao desmatamento e a ampliação das fronteiras agrícolas.

Porém outros fatores como as mudanças climáticas, doenças e o aumento dos predadores naturais desses organismos por causa do desequilíbrio ambiental podem estar comprometendo as condições de vida desses animais.

Através da polinização é que a humanidade e outros animais obtêm recursos alimentares para a sua sustentação energética.

Colocando em risco os polinizadores, podemos estar comprometendo nossa própria existência, a dos demais animais e de muitas plantas.