O universo é vasto e misterioso, repleto de maravilhas e enigmas que desafiam nossa compreensão.
Desde os seus primórdios a humanidade observa e perscruta o espaço tentando entender os fenômenos e objetos externos que rodeiam o nosso pequeno mundo, tanto os mais próximos de nós como os mais diatantes.
Recentemente, objetos cósmicos, provenientes de outros sistemas estelares, foram observados atravessando o nosso sistema solar deixando um “rastro” de mistério e encantamento.
A NASA e a ESA, através de observações telescópicas, conseguiram coletar dados valiosos sobre sua composição e trajetória, fornecendo informações cruciais para futuras pesquisas.
O Oumuamua, foi o primeiro objeto interestelar confirmado a passar pelo nosso sistema solar em 2017. O nome é proveniente do havaiano e significa “mensageiro de longe que chega primeiro”. Sua forma alongada, seu tamanho e sua trajetória peculiar intrigaram a comunidade científica. Esse objeto apresentou uma aceleração, inexplicada ainda pela ciência. O 1I/ʻOumuamua foi observado inicialmente pelo telescópio Pan-STARRS1, operado pela Universidade do Havaí.
O segundo objeto extra solar foi o Borisov, que visitou o nosso sistema planetário em 2019. As observações realizadas mostraram que esse objeto se tratava de um cometa, ele exibiu uma cauda de gás e poeira, características típicas desses coprpos espaciais. Sua composição, no entanto, revelou diferenças sutis em relação aos cometas próprios do sistema solar, indicando que o 2I/Borisov viaja proveniente de algum outro sistema fora do nosso. As primeiras imagens do objeto foram feitas por Gennady Borisov, um astrônomo amador da Crimeia.

Agora, em 2025, surge o Atlas. Sua descoberta, vem adicionar mais evidências à crescente compreensão de que objetos interestelares são visitantes frequentes do nosso sistema solar. Este objeto é possivelmente o maior do três. “Uma exótica bola de gelo” segundo a Scientific American. A descoberta oficial anunciada no dia 1º de julho pelo telescópio ATLAS, (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), financiado pela NASA, e localizado em Rio Hurtado, Chile – Informou a Scince – Nasa.
Richard Moissl, oficial de defesa planetária da Agência Espacial Europeia (ESA), informou que a trajetória do 3I/Atlas indica “que o objeto não está orbitando o Sol, mas que está vindo do espaço interestelar e retornará para lá”.

Não há risco de colisão com a Terra. “Ele voará profundamente no sistema solar, passando pela órbita de Marte” – disse Moissl à AFP.
Uma das características marcantes dos objetos interestelares é que eles apresentam uma trajetória hiperbólica – uma rota aberta, que indica que não estão gravitacionalmente presos ao Sol e portanto, estão apenas de passagem pela nossa vizinhança. Outra caracterítica é a velocidade espantosa destes objetos que não pode ser explicada tendo em vista a atração gravitacional da nossa estrela.
A descoberta desses objetos interestelares nos fornecem uma janela para outros sistemas planetários, um marco significativo na astronomia, que permite expandir nossa compreensão do cosmos que nos rodeia.
Esses visitantes cósmicos externos são raríssimos e singulares. Cada um oferece uma oportunidade única para estudar materiais formados em outros sistemas estelares.
É o universo nos enviando mensagens talvez a nos dizer que para além dos planetas e outros objetos que orbitam o a nossa estrela, o universo está repleto de outros sóis, mundos e galáxias, uma grandiosidade muito além da nossa comprennsão, pelo menos por enquanto.
Imagem da capa – Oumuamua – Foto – ESO – M. Kornmesser – Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-019-03530-3
Imagem do texto – Cometa 2IBorisov – Telescópio Hubble – Foto- Nasa – ESA – D. Jewitt – UCLA – Disponível em: https://esahubble.org/images/heic1918a/
Imagem do texto – Trajetória do cometa interestelar 3I/ATLAS – Foto – Nasa – JPL – Caltech – Disponível em: https://science.nasa.gov/solar-system/comets/3i-atlas/