Uma potencial ameaça ao planeta, recentemente descoberta, está sendo vigiada atentamente pelos cientistas. E o perigo está lá fora, no espaço. Trata-se do asteróide 2024 YR4. O possível impacto do objeto astronômico com a Terra foi inicialmente estimado para 2032.
Todos os dias, desde os primórdios de sua existência, nosso mundo é bombardeado com objetos vindos do espaço. Quase todo mundo já viu ou ouviu falar das “estrelas cadentes” que são meteoritos, objetos espaciais relativamente pequenos, que ao entrar na atmosfera da Terra se fragmentam e cruzam o céu como um bólido luminoso inofensivo.
Mas lá fora, no espaço, existem milhares de outros objetos cósmicos de diversos tamanhos, muitos com dimensões preocupantes, caso sua trajetória venha a ser modificada por algum motivo e possa entrar em rota de colisão com a Terra.
Embora sejam eventos raros, colisões de asteróides de grandes dimensões com a Terra, não podem ser descartados como probabilidade. E precisam ser vigiados para não nos causar nenhum problema de surpresa.
No passado remoto, a Terra já foi atingida por objetos bem grandes, como aquele que teria provocado a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás por exemplo.
Mas, bem antes disso, nos primórdios de sua formação, objetos de todos os tamanhos, vindos do espaço, colidiram em massa com o então jovem planeta, contribuindo para que a Terra se tornasse o que é atualmente pelo processo de acreção.
No caso do asteróide 2024 YR4, o alerta foi ligado, depois que os astrônomos verificaram sua trajetória e calcularam seu tamanho.
Uma rocha com 40 a 90 metros de diâmetro, com uma chance de impacto de 3,1% segundo estimativas feitas em fevereiro de 2025. Suas dimensões seriam suficientes para causar consequências muito severas, com capacidade de gerar estragos correspondentes a dezenas de megatons de TNT.
Mais observações foram empreendidas para refinar as estimativas. A atenção precisa ser sempre ampliada, para que se possa projetar possíveis ações mitigadoras a tempo.
Após a consolidação e relativa estabilização das posições dos diversos corpos do Sistema Solar há bilhões de anos atrás, a maioria dos objetos grandes próximos a Terra, realizam órbitas que não coincidem com a posição do nosso planeta. Mas eventos aleatórios não podem ser desconsiderados como possíveis de ocorrer.
O impacto do asteróide 2024 YR4 poderia ser devastador, com potencial para provocar uma catástrofe de larga escala. Os possíveis cenários revelaram prognósticos alarmantes, conforme o local onde o objeto pudesse vir a cair.
Se o choque acontece no oceano, pode causar enormes tsunamis. Se uma área urbana é atingida, milhares de vítimas podem sofrer consequências e danos incalculáveis podem atingir a infra estrutura em uma área bem significativa. Também o clima global pode ser afetado por causa de uma possível carga de poeira e outras partículas que podem ficar suspensas na atmosfera.
A ciência tem avançado. Novas tecnologias têm aumentado a capacidade de prever com mais precisão o comportamento de asteróides no espaço, melhorando a definição dos resultados dos cálculos.
Assim, as incertezas diminuem e a capacidade de desenvolver planos de resposta aumentam, bem como a dúvida em relação aos dados relativos a uma possível iminente ameaça se dissipam, oportunizando a revisão e o ajustamento de informações.
O caso do asteróde Apophis ilustra isso, onde dados mais precisos apontaram para que o perigo imediato fosse descartado, em relação a previsões anteriores.
A coleta de dados mais apurados à medida que a tecnologia progride e a troca de informações, permitem ajustes e revisões das possibilidades reais de perigo ou não. Isso depende da cooperação e dos esforços conjuntos das agências e governos, para que a humanidade seja capaz de desenvolver estratégias eficazes de defesa planetária.
Técnicas para destruir ou desviar o curso de asteródes potenciamente perigosos estão sendo estudadas e testadas através de projetos importantes como a missão DART da NASA e o Projeto HERA da Agência Espacial Europeia.
Mas as notícias em relação aos asteróide 2024 YR4 mudaram. As últimas observações levaram os especialistas da NASA a concluir que o 2024 YR4 já não representa um risco para o nosso planeta. Pelo menos tendo por base os dados mais atuais.
Agora a probabilidade é de 99,9961% de a rocha espacial passar pela Terra sem causar quaisquer danos. Na Escala de Turim, o status atual do asteróide é branco, ou seja, está na faixa não perigosa, com indíces muito próximos do zero de atingir o planeta.
É absolutamente normal que as chances de impacto de um asteróide mudem ou oscilem à medida que as observações vão sendo melhoradas e os dados sobre a sua órbita se tornam mais precisos e ficam disponíveis.
Bom, segundo a Nasa, agora as chances de colisão estão em torno de insignificantes 0,004%, dissipando quaisquer preocupações até à data anteriormente aventada.
Mesmo assim, o 2024 YR4 continuará a ser de interesse científico quando de sua aproximação da Terra em 2028 e novamente em 2032. E sempre será de extremo interesse o movimento de outros asteróides próximos da terra que podem ser perigosos. A dinâmica do movimento dos corpos espaciais pode se alterar em qualquer tempo e não se pode baixar a guarda.
Por fim, existe uma pequena uma chance de o asteróide impactar a lua em 22 de dezembro de 2032, atualmente calculada em 1,7%.
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