O território brasileiro abriga cavernas com altíssimo valor arqueológico, cultural e científico.
Mapear esse patrimônio é crucial para a conservação de vestígios antigos da presença humana em tempos remotos no nosso país bem como a preservação sítios paleobiológicos de relevante interesse.
O Brasil possui um Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil).
O PAN Cavernas do Brasil é coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, (Cecav) do ICMBIO – Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade.
Agora, uma ação prevista no âmbito de pesquisa e conservação de cavernas brasileiras, pretende registrar as cavidades naturais subterrâneas do nosso país que apresentem atributos históricos, culturais e religiosos e orientar o uso sustentável desses ambientes naturais para fins de estudos.
O conhecimento sobre esses locais é urgente e estratégico para a memória nacional, a ciência e a valorização do nosso território.
Preliminarmente, cavernas localizadas no estado de Goiás que apresentam registros rupestres e sepultamentos humanos de cerca de 12 mil anos, vão integrar a fase piloto de um projeto que prevê um amplo estudo e sistematização de todo o vasto acervo espelológico do Basil.
Um Grupo de Trabalho (GT), envolvendo as cinco regiões do país, desenvolverá os trabalhos, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) e pelo do Centro Nacional de Arqueologia (CNA).
Como resultado o GT pretente elaborar um manual de boas práticas, para orientar o uso responsável das cavernas por turistas, guias, prefeituras e comunidades, e um fluxograma, que aprimorará a ação pública ao estabelecer procedimentos entre Iphan e ICMBio na avaliação dos atributos históricos-culturais das regiões que abrigam cavernas naturais no Brasil.
Segundo o arqueólogo do Iphan e articulador da ação no PAN Cavernas do Brasil, Danilo Curado, “O Brasil abriga cavernas de grande valor arqueológico e cultural, como as do Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Cavernas do Peruaçu (MG), Vale do Ribeira (SP), Serra do Ramalho (BA) e Serranópolis (GO)”.
Esses locais são “constantemente ameaçadas por vandalismo, turismo desordenado, mineração e pressões fundiárias” entre outros problemas – informou Danilo.
O plano PAN Cavernas tem 43 ações distribuídas em quatro grandes objetivos: prevenir, reduzir e mitigar os impactos e danos causados por atividades humanas nas cavernas e nos seres vivos que dependem delas.
O plano tem ações para serem desenvolvidas durante cinco anos e também busca proteger 169 espécies ameaçadas de extinção – Informou o ICMBIO.
Imagem da capa -Pintura rupestre no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu – Foto – Maurício Andrade – ICMBio