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quarta-feira, 24 abril 2024

Ecdise, trocando o exoesqueleto

Os ARTRÓPODES englobam cinco grupos de organismos do Reino ANIMÁLIA, os insetos, os aracnídeos, os crustáceos, os diplópodes e o quilópodes.

A principal característica comum dos artrópodes é a presença de um EXOESQUELETO de quitina, um polissacarídeo que juntamente com proteínas, lipídeos e cálcio confere uma estrutura externa rígida e dá sustentação e proteção aos órgãos desses animais contra interferências externas, choques físicos e desidratação formando uma espécie de armadura.

Essa característica constitui entretanto um entrave para que esses animais cresçam de forma direta.

Por isso ocorre entre os artrópodes o processo chamado ECDISE.

A ecdise é então de forma simplificada o processo de rompimento do exoesqueleto para permitir a expansão corporal dos artrópodes.

Mas vamos entender mais um pouco sobre isso.

O tegumento dos artrópodes é formado por uma MEMBRANA BASAL camada intermediária entre a epiderme e a hemocele que é incrustada de nervos e traquéias, posterior a essa membrana, existe a EPIDERME que é a estrutura onde ocorre a secreção da nova cutícula e por último a CUTÍCULA que é formada pelas secreções das células da epiderme.

As secreções das células da epiderme se depositam externamente ao corpo e se solidificam.

A estrutura da cutícula é constituída pela EPICUTíCULA, não quitinosa e que forma uma barreira protetora contra a perda de água durante a muda do exoesqueleto antigo e pela PROCUTÍCULA, parte quitinosa.

A procutícula é dividida em exocutícula e endocutícula.

É a degradação da endocutícula que cria um espaço abaixo dela permitido que o corpo do artrópode sofra expansão e cresça, fazendo com que movimentos musculares rompam a carapaça antiga, pelas LINHAS DE ECDISE, por onde o animal sai deixando pra trás a EXÚVIA, nome do antigo exoesqueleto já desprendido.

Então rapidamente o processo se completa, pois fora da carapaça antiga a expansão corporal continua, aproveitando sua constituição ainda mole e flexível enquanto as células secretoras da epiderme continuam trabalhando para a formação da nova epicutícula. A pro cutícula então escurece, pela ação de pigmentos de polifenóis e sofre enrijecimento pela combinação de outras proteínas e biomoléculas com a quitina.

O polissacarídeo de quitina principal componente do exoesqueleto dos artrópodes é o segundo polímero orgânico mais abundante na natureza, perdendo apenas para os carboidratos das plantas, principalmente a celulose.

Jefferson Alvarenga

Jefferson Alvarenga

Jefferson Alvarenga é criador e editor do Site Biota do Futuro. Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental e em Imunologia e Microbiologia. Apaixonado por educação, pesquisa e por divulgação científica.
Como citar este conteúdo: ALVARENGA, Jefferson. Ecdise, trocando o exoesqueleto. Biota do Futuro [S.I]. Betim, Minas Gerais, 16 de outubro de 2015. Notícias. Disponível em https://www.biotadofuturo.com.br/ecdise-trocando-o-exoesqueleto/. Acesso em: 24/04/2024.

2 COMENTÁRIOS

    • Isso mesmo Vitor, nossa amiguinha cigarra e todos os outros artrópodes usam o processo de ecdise ou muda para crescer! Todos os organismos vivos usam diferentes artifícios e adaptações para cumprir o seu papel na natureza. Obrigado pelo seu interesse e conte sempre conosco! Abraços de toda a nossa equipe!

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